sábado, 26 de março de 2011

Lucas e loira #2



Continuando...

Seria mais simples, tradicional, conveniente para um cristão normal terminar a pequena história dizendo que Lucas orou, pediu a Deus que o ajudasse, citou trechos bíblicos e saiu dessa “vitorioso” (Uhuu!). Mas não, absolutamente não! A história é bem diferente...

Depois que começou a puxar o lacinho, Lucas não era mais dois, era só um, apenas o Lucas que puxou o lacinho, abriu a caixa e viu o que havia nela. Nesse instante, Tentação abre o maior sorriso que se pode imaginar. Parecia até que havia um cabide em sua boca. Não havia palavras. Só a sensação de ‘missão cumprida’.

Lucas, entretanto, se deliciava com o que havia na caixa. Simplesmente amou o presente que recebera. Provava um a um dos itens daquela caixa. Provou o último. Parou um instante. Ainda estava em êxtase. Havia um sentimento de desejo realizado. Olhou ao redor procurando Tentação. Percebeu que estava sozinho. Tão logo havia terminado de desfrutar o presente, Tentação saíra de maneira mais súbita do que como entrara. Tornou-se esquizofrênico novamente.

“Caramba, pedi a Deus que me ajudasse...”

“Já fiz isso antes mesmo. Não vejo nada de diferente.”

“Por que eu fiz isso? De novo?”

“Nem vem de chororô. Isso simplesmente vai rolar de novo.”

“Deus, essa foi a última vez. Sei que já falei isso 379 vezes, mas dessa vez é sério!”

“Hm...a próxima é a 381º...”

“Nunca mais falo com aquela desgraçada, ordinária, mentirosa, safada!”

“Ah, vai dizer que não gostou? Que não quer novamente?”

“É-é...gostar, eu gostei. Mas o que sinto agora é terrível...”

“Iiiiih tá todo emozinho...”

“Pára de ser otário, velho! Nós somos um. O que eu sinto você também sente. O que você sente eu também sinto! Fica aí fingindo...deve estar se sentindo uma porcaria por dentro!”

“(...)”

“Tá sem palavras, é? Caiu a ficha? Eu errei. Você errou. NÓS vacilamos!”

“Que droga! Eu até desejei o presente. Mas você...estava orando desesperadamente...o que aconteceu?”

“Na verdade, não sei. Uma coisa é nós pecarmos acidentalmente; outra, é cairmos sempre no MESMO pecado...”

“Não sei o que fazer. Vou simplesmente viver minha vida.”

“Melhor, vou PERGUNTAR a Deus o que diabos está acontecendo. Afinal, é Ele quem sabe TODAS as coisas.”

“Beleza, vou dar essa chance a você...”

Novamente, Lucas volta a ser só um, o Lucas que vai perguntar a Deus o que está acontecendo em sua vida.

Lucas é um cristão. Vai à igreja, participa de reuniões cristãs, ora de vez em quando, às vezes lê a bíblia. Mas ele tem problemas com certos tipos de pecados. Claro que você e eu, amigo leitor, SEMPRE iremos pecar. Mas e quando tem aquela falha de caráter, aquele vício, aqueles hábitos prejudiciais, aquele pecado do qual você não consegue se livrar? E quando você vive em altos e baixos, na inconstância? Quando você começa a sonhar, planejar, desejar o sucesso e você simplesmente CAI?

Lucas entrou em seu quarto e começou a orar. Não sabia muito bem como iniciar sua conversa com Deus. Talvez um “Oi, tudo bem?”. Não, nada disso. Foi logo direto ao ponto. Já estava muito cansado de viver a vida daquele jeito. “Deus, não entendo o que está acontecendo comigo. Sei que você pode me ajudar. Por favor, fale alguma coisa comigo.” Essa foi sua oração. Durou menos de um minuto. Na mesma semana, veio a resposta.

Caro leitor, desafio você a fazer essa mesma oração. Com certeza, a resposta virá.

Continua...


Lucas Ribeiro. 

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